Páginas

terça-feira, 31 de agosto de 2010

E os 14 meses de aluguel?

Baile é diversão na certa, a começar pelo nome. É radical, perigoso e era isso que eu procurava quando minha avó me chamou pra acompanhá-la no baile de um clube do bairro dela, em São Paulo. Chegamos lá e uma pequena surpresa: eu era a única cabecinha não-branca do lugar. Em outras palavras, eu era o único que não tinha escutado à Segunda Guerra Mundial ao vivo pelo rádio. Tudo bem que eu não esperava encontrar garotos jogando bola de gude, mas não tinha nem uma neta gatinha tinha lá. Até uma mamãe gatinha tava valendo.
Como não se pode ter tudo na vida, tive que me contentar com uma simpática senhora espanhola, de pelo menos uns 70 anos, que sentou ao meu lado. Ela tinha tentado passar batom, mas só atingiu uma área próxima e fora dos lábios. Talvez as inúmeras taças de champanhe que ela tomou tenham ajudado.
- Da onde a senhora é?
- Yo soy espanõla.
- É mesmo?
- Si, si, como nón? 
(meu espanhol é impecável, quase um Dom Quixote).
- E há quanto tempo você mora aqui?
- 20 años.
Isso com um sotaque de quem dormiu no avião um dia e, por engano, acordou no outro dia no Brasil.
Ela era um tanto amigável, e preferi acreditar que lá na Espanha as pessoas colocam a mão na perna dos outros, não importa a idade ou ocasião. Não irei no google tentar confirmar isso.
A noite tava bombando, uma outra senhora dançou, outro senhor cantou. Até que uma conhecida voz, vinda de um senhor careca, pegou o microfone:
- Antes de cantar uma música, quero comemorar o fato de que consegui esse trabalho hoje. Quando não é pela beleza, é pelo talento. Quando não é pelo talento, é pela beleza, hehehe.
Era o dublador de Seu Barriga! E ainda por cima era tirador de onda.
A senhora espanhola:
- Usted gosta de Chaves?
- Claro!
- És el dublador de Seu Barriga (não diiiiga).
Imediatamente peguei o celular pra mandar mensagem pra galera, especialmente Mano. Mas, ninguém me respondeu e eu não peguei autógrafo nem nada. A única coisa que ganhei foram umas apalpadas na perna. 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Em que posso ajudar?

Há, mais ou menos, uma semana, quando ligo no SAC da Claro pelo celular, diz a seguinte mensagem: "Claro informa: você não possui este serviço". Mas, quando eu ligava pra outros celulares, a ligação completava normalmente. Hoje, minha mãe pegou o aparelho pra ligar pra um número qualquer e essa mensagem começou a aparecer. Fui obrigado a, antes mesmo de tomar café, ter que ligar para o SAC pelo telefone de casa e mergulhar no paciente mundo dos atendentes. O que eu nunca imaginei é que um atendente meio gago atendesse.
- Boa... tarde... em que posso ajudar?
- Eu estou com problemas de sinal.
- E-eu v-vou precisar que o senhor me confirme alguns dados. Nome, cpf, data de nascimento, telefone, cor preferida, tamanho do calçado e seus maiores medos e esperanças, senhor.
Confirmei t-tudo e aí, disse:
- Eu tento efetuar ligações e aparece uma mensagem dizendo que eu não possuo este serviço.
- U-um momento, senhor. 
Depois de um tempo:
- É-É, s-senhor, consta aqui uma p-pendência no setor financeiro.
- Mas como, se eu efetuo ligações e envio torpedos normalmente?
- É-É o que consta, senhor.
- Passe para um supervisor, por favor.
- ... ... ... (isso foi um silêncio enorme)
Depois, lá vem ele de novo:
- O-o p-problema é esse, senhor.
- Não é e você claramente não está entendendo o que eu estou falando.
- O-O s-senhor está dizendo que as informações que eu estou dando não são verdadeiras? (o gaguinho precisou repetir 2 vezes até eu entender).
- Não. Eu. estou. dizendo. que. você. não. está. entendendo. o. que. eu. estou. dizendo. e. eu. quero. falar. com. um. supervisor.
O cara devia ser treinado por Rambo, porque ele não desistia.
- M-mas, senhor, consta que a linha est-tá s-suspensa.
- Como pode estar suspensa para alguns números e para outros, não? Além do mais, quando realmente está suspensa, a mensagem que aparece é "Celular programado para não realizar ligações". A mensagem que está aparecendo é "Claro informa: você não possui este serviço".
Até fiz uma demonstração, mas o gaguinho rambo estava irredutível:
- É-É, senhor, eu falei c-com meu supervisor e ele informou o que eu p-passei para o senhor.
- ... Você é gago? (eu até tentei segurar, mas não deu)
- ...
- Eu quero o número de protocolo e o seu nome.
- O protocolo é 666 (não foi esse que ele disse, mas eu entenderia se tivesse).
- Sim, e o seu nome?
- Rogério (kkkkk)
Me diga: vou levar a sério o que alguém chamado Rogério E gago tá falando?
- P-Posso ajudar o s-senhor em ... mais alguma coisa?
- TÁ DIFÍCIL, HEIN? - e desliguei.
Que saudade que tive do gerúndio.


Nota: se você também tem Claro e passa pelo mesmo problema, eu descobri que essa mensagem só aparece quando você tenta ligar para um número que não está nos seus contatos. Pra contornar isso, adicione o número que você consegue ligar aos seus contatos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

7 reportagens que vemos todo ano na TV

Virar apresentador de TV não é muito complicado (se você for Mariana Ferrão, desconsidere isso). Basta você ter um terno em casa e fazer a mesma entonação para todos os tipos de matérias. Porque criatividade, convenhamos, não é o forte dessa garotada. Isso sem mencionar o começo das reportagens. Não lembro em qual canal, mas uma repórter aí falava sobre algum acontecimento violento, acho que um arrastão (se você curte Axé, desconsidere isso). A matéria começava com a mulher no meio da areia, de terno feminino, claro, e a câmera vindo correndo em sua direção. Depois girava e ela começava a falar. Além da vergonha alheia na hora, também cogitei que ela pudesse ser fã de Crepúsculo. 

7 - Estradas no carnaval
Que muita gente viaja no carnaval, todo mundo sabe, mas sempre tem uma reportagem mostrando a Av. Paulista vazia em pleno fim de semana. Atire o primeiro mouse quem nunca viu uma do tipo.




6 - Preço dos ovos de páscoa
"Os ovos de páscoa tiveram um aumento de 4,4% este ano", diz o (a) repórter embaixo daqui, ó:




5 - Mega sena acumulada
A mega sena acumula em 50, 60 milhões e lá tá o (a) repórter na frente daqueeeela fila nas Casas Lotéricas. Só não entendo uma coisa: percebam que essas filas enormes e generalizadas só acontecem quando o prêmio tá muito alto. É como se a galera pensasse: "não, só acumulou em 20 milhões, muito pouco pra mim".

adoro filas

4 - Irã ameaça enriquecer urânio
Esse país é mais instável do que Dado Dollabela e Luana Piovani. Se bem que dá pra compreender, já que o presidente do país declara guerra até a um polvo


3 - Dado Dolabella agride namorada / vai preso / responde a processo criminal
Mulheres e socos estão para Dado assim como metáforas estão para Lula.


acho que ele entendeu errado...

2 - José Sarney envolvido em esquema de corrupção
Foi até redundante esse título.


1 - Compras de Natal
"Consumidores deixam para comprar os presentes de Natal na última hora". Pode esperar dezembro chegar.



domingo, 22 de agosto de 2010

Vivendo o sonho [Parte 2]

O primeiro jogo foi num domingo de madrugada, às 7h. Não era um incêndio no meu quarto, mas eu tive que acordar. Estádio lotado, a massa cantando e vários jornalistas em campo, fazendo entrevistas pré-jogo. Na verdade, mal tinha os pais dos jogadores (sem os quais ninguém teria como voltar pra casa) e os árbitros. Nas cabines dos narradores, só havia fios e um vazio. Que poético. 
Começa a partida, levamos 1x0, 2x0, 3x0, 4x0, 5x0, 6x0. Mas, quando todos pensávamos que levaríamos o sétimo gol, eis que Tiago, O zagueiro, apareceu. Contra-ataque de velocidade do outro time, o atacante deles correndo em direção ao nosso gol e eu vindo por trás. Foi aí que dei aquele carrinho cinematográfico e coloquei a bola pra fora. O time todo correu em minha direção, os jogadores me levantaram e me jogaram para o alto. Mentira. Eles poderiam ter feito isso, se não estivéssemos ligeiramente atrás no placar. Aliás, é um pouco contraditório eu ter falado em "contra-ataque", já que não me lembro de termos dado pelo nem sequer um chute a gol. Jogo trucando, sabe como é...
No segundo jogo, o triunfo, a vitória. O outro time só apareceu com meia dúzia de jogadores e ganhamos por W.O. Acho que a maior emoção do dia foi eu ter apostado - e ganhado - uma corrida com um companheiro de time. Depois desse jogo, cheguei a pensar que dava pra sermos campeões, afinal, eram os Jogos da ESPERANÇA.
Mas, no terceiro jogo, mantivemos a tradição estabelecida no primeiro jogo e tomamos outra goleada. Pelo menos jogamos melhor, só levamos 5x0. Fiz um pênalti (sem querer) e tivemos uns 2 expulsos. Surpreendentemente, fomos eliminados, com a insuperável campanha de: 3 jogos, 2 derrotas, 1 vitória, 11 gols sofridos, 0 gols feitos e 0 chutes dados. Se valesse o troféu o uniforme mais bonito, teria sido nosso.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vivendo o sonho [Parte 1]

Em um mundo feliz em que não existiam youtubers, era comum que a maior parte dos garotos já tivesse sonhado em ser um jogador de futebol. Na sétima série (é, foi um ano agitado), eu tava no conforto do meu lar, vendo tv, quando surge uma propaganda falando: "participe dos Jogos da Esperança, monte seu time se você tem entre 12 e 14 anos". Imediatamente, pensei: 
- Hoje é sexta... hum, então dá pra eu ir pra Copa do Mundo de 2006.
Pelo menos raciocinar igual a jogador de futebol eu tinha conseguido. 
Chegando no colégio, convoquei meus colegas e alguns garotos de outras turmas pra formar essa grande seleção. Tinha que pagar uma taxa, então coletei a grana e fui no banco com minha mãe. Chegando lá, a moça do caixa pergunta:
- Qual o nome do time?
Eu nem tinha parado pra pensar nisso, veja você. Não sei por que, mas a primeira coisa que veio na cabeça foi o Gato Félix:
- Félix Futebol Clube.
Ficou bonito, reconheço. Só não sei se assistia a esse desenho.
Formamos o time, convocamos um ex-professor de futsal, conseguimos patrocinador e um belíssimo uniforme e nos preparamos para a glória. Eu jurava que a abertura seria uma semana depois, num estádio oficial daqui. Mas, como a sétima série representou o ano dos equívocos, eu estava lendo o jornal, quando vi uma reportagem sobre os Jogos da Esperança:
- Olha, meu time saiu no jornal.
4 linhas depois:
- Putz, A ABERTURA É AMANHÃ!
Claro que fiquei doidão e saí ligando para todos os meus companheiros. Quase todos tinham viajado, só dava Romário nesse time. Consegui reunir 5 integrantes, isso contando comigo e com meu irmão. No dia da abertura, só tinha times completos, com 20, 21 guris, e a gente lá, com um time de futsal sem reservas. Só pra ajudar no suor frio, tínhamos que desfilar. Os gritos de incentivo do público, quando viram só 5 garotos do time, ajudaram bastante:
- Saiam daí, seus palhaços!
- Voltem pra casa!
- HAHAHAHA!
Superamos o primeiro desafio da nossa agremiação esportiva. Agora, só faltava jogar bola.
(continua...)

domingo, 15 de agosto de 2010

Corinthians x Palmeiras


Quando você mora num Estado onde o melhor time briga pra permanecer na Série D e você não tem histórico de rasgar dinheiro ou bater na própria mãe, o normal é torcer para um time grande. Em 2005, no auge daquele time do Corinthians campeão brasileiro, que tinha Tevez e Mascherano, é óbvio que eu, lá em São Paulo, tinha que ver o jogo contra o Palmeiras. Meu primo Peu, cujo segundo time é justo o Palmeiras (1 título nos últimos 10 anos), me acompanhou nesse pacato programa.
Para ir até o Morumbimba, ops, Morumbi, tivemos que pegar 2 ônibus e 1 metrô. Num desses ônibus, tinha um gordinho/cobrador que ficava na porta lateral, com a cabeça do lado de fora, gritando os destinos. Isso numa voz grossa, porque, quando alguém entrava, ele afinava a voz e perguntava:
- Esperou muito tempo, senhor?
Acho que a calça dele tava muito apertada, não sei. Fomos os primeiros a entrar nesse ônibus e o vimos lotar. O gordinho deve ter sofrido com essa calça.
Chegamos lá em cima da hora e compramos bilhetes para as cadeiras. Peu se aproveitou da minha juventude e inocência e falou:
- Vamos para as cadeiras amarelas, no setor tal.
Só que o malandro sabia (ou suspeitava) que ali era a torcida do Palmeiras. E realmente era. Tá certo que só tinha família, mas mesmo assim.
Primeiro tempo, 0x0. No começo do segundo tempo, 1x0 para o Palmeiras. Para completar, o amendoim doce que eu tinha comprado tava uma porcaria. Que belo domingo: na torcida do inimigo, vendo meu time perder e comendo um amendoim podre.
Mas, 2 minutos depois, o Timão empatou com Gustavo Nery. Alguns minutos após, a virada!
Eu fingia que estava irado, gritando:
- Pooooorraaaaaaaaaaaa!!
Só que era só eu me sentar que dava uns discretos socos no ar de emoção. Eu já tinha largado o amendoim quando o Corinthians ainda virou e ampliou, vencendo por 3x1.
Agora, restava a volta para casa. Não tinha ônibus perto, já que as ruas eram fechadas pro jogo. Fomos andando, sem nenhuma ideia de como voltaríamos. Eu pude jurar que um cara, que passou de moto com outro, gritou algo parecido com "você vai morrer". Sei que ele só não gritou "boa noite pra você".
Já estávamos quase conformados em virar mais um número na estatística da violência no Brasil, quando ouvimos um senhor ao lado de uma kombi gritar:
- Transporte para a Paulista, 15 reais!
Peu olhou para mim, eu olhei para ele e tocou um *aleluia*. Ali estava nossa salvação.
Encontramos simpáticos corintianos lá. Um deles até teve um pequeno contratempo com a polícia:
- Mano, eu tava fumando meu beck e os "hômi" (vulgo policiais) me pegaram e tomaram meu ingresso. Mas aí eu comprei outro e voltei pro segundo tempo, ééé!
- É isso aí, mano!
- Firmeza!
Voltamos inteiros pra casa e o que pude aprender disso tudo é que, se alguém confisca sua substância ilícita no primeiro tempo, você não deve desistir de ver seu time do coração. Ah, e que não devemos comprar amendoim doce em estádio.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Olha a manteiga!

Filhos são feitos para comprar manteiga. Eu tinha uns 12 ou 13 anos e provavelmente estava jogando Pokémon (gastei semanas e não zerei até hoje, podia ter comprado muito mais), quando recebi O Chamado. Aquela voz que grita do além, mandando você ser útil e ir fazer alguma coisa. É também chamada de mãe. Como naquele tempo o meu meio de locomoção preferido era uma bicicleta, não enrolei tanto pra ir. Talvez só meia hora. A venda onde eu iria comprar não ficava longe de casa, dava uns quatro quarteirões (400 m), mas era espaço suficiente pra tentar bater meu recorde de bicicleta. Eu nunca contava meu tempo pra saber se, de fato, superaria meu melhor tempo, mas não importa. Comprei 1 kg de manteiga - colocado num saco plástico de resistência duvidosa pendurado no guidão - e fui pra casa. Uns 100 metros depois, aquele Senna que reside em todos nós (exceto a mãe de um amigo, que andava tão devagar que eu dizia a ele que ia dar um adesivo escrito "Autoescola" a ela) despertou. Comecei a correr e, quando a barreira do som tinha sido atingida, eu ouço um "VÁÁÁP" e sinto a bicicleta mais leve. Tipo exatamente 1 kg. Olho para o guidão e me pergunto: onde estará minha manteiga, ó, céus? Eu não era nenhum gênio, mas sabia que ela tinha caído. Digamos que, se fosse época de Copa do Mundo, só precisariam de tinta verde pra pintar o asfalto. Essa é outra intuição, porque eu nem olhei pra trás pra ver o estrago. Também não voltei pra comprar mais, afinal, tenho meu orgulho. Cheguei em casa e vi que "só" tinha sujado o pé. Mero engano, eu levei foi semanas pra tirar a sujeira toda, mais do que o tempo jogando Pokémon. E, ainda por cima, tive que comer pão com requeijão naquele dia. Não que seja ruim, mas não é emocionante quanto manteiga, sabe?

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Como hoje é Dia dos Pais, eis um diálogo que tive com o meu sobre cinema. Meu pai:
- Vi um filme excelente agora.
- É? Qual?
- Um sobre um policial corrupto...
(metade dos filmes são sobre um policial corrupto).
- Com qual ator?
- Um do cabelo preto, liso.
(metade dos atores têm cabelo preto e liso)
- Que outros filmes ele fez?
- Ele fez aquele do computador gigante que foi um sucesso, teve até três filmes.
Não sei como, mas fiz a ligação:
- "Matríx"?
- Não, não é o Patrick.
- MÊITRIX?
- ISSO, MÊITRIX!
- Ah, Keanu Reeves, pai.
- Esse mesmo!
Um beijo pra meu pai e Feliz Dia dos Pais, amiguinhos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Entrando numa fria

Esse título não foi por acaso (para quem não se lembrou, clica aqui). Há alguns anos, uma grande amiga (B.), veio de Minas me visitar com seus pais. Eu, esse nativo bronzeado que caça peixes com lanças e sobe em coqueiros apenas com os pés. Era a primeira vez em que nos veríamos, então era só pressão, mamãe. Ela chegou num domingo, me mandando mensagem pra eu ir lá encontrá-la no hotel. Fui, distribuí um pouco do meu amor e batemos aquele papo esperto. Como vieram de carro, o pai disse que tavam com fome e que iriam comer em algum restaurante. Fomos andando, os pais dela na frente e a gente atrás. Ela tava me mostrando os óculos escuros que tinha acabado de comprar.
- Olha meus óculos novos.
- Ah, que...
Sabe aqueles ferros que algum gênio inventou de colocar nas calçadas, para supostamente os carros não estacionarem? Não vi e dei um tropeção (daqueles que Faustão se amarra). Só que, pra melhorar, eu não caí, mas saí "catando fichinha" por uns 2 ou 3 metros. Minha amiga e o pai riram, enquanto que sua mãe perguntou se eu tava bem.
- Ah, não foi nada.
Não foi nada mesmo, difícil foi aguentar o pai dela, a cada ferro desse, falando:
- Olha o ferro, Tiago, hahahaha.
- Hehehe.
("Hehehe", a risada oficial de quem ficou sem graça)
Só que não acabou por aí. Alguns dias depois, fomos no Habib's. Sentamos todos e a primeira coisa que fiz foi apoiar o cotovelo na mesa. NORMAL, né? Seria, só que ninguém mais fez o mesmo e a mesa virou pro meu lado. Essa ninguém comentou.
Mas, enfim, podia ter sido pior. Eu poderia ter derrubado um vaso numa loja de artesanato. Espera aí...

P.S.: Quinhas, esse post foi dedicado a você. Saudade.

domingo, 1 de agosto de 2010

Gangue invisível

Probabilidade é algo interessante. Pelo menos, quando você não está brincando de roleta russa ou esperando por um teste de gravidez. Uma vez, fui comprar alguma coisa no Shopping (provavelmente kopenhagen) com o carro do meu irmão. Era antigo, mas esportivo, com aquelas entradas de ar na frente e cor meio vinho. Tipo aqueles carros de Velozes e Furiosos. O estacionamento tinha umas partes cobertas e outras descobertas. Estacionei na parte coberta, ao lado de um Fusion preto, sujo e mal estacionado. Fui lá usar tudo o que eu sabia da arte de pechinchar e voltei meia hora depois. Quando chego na parte coberta, ao lado do Fusion preto, sujo e mal estacionado que usei como referência, cadê o carro?
Pensei: "Droga, roubaram o carro do meu irmão, to ferrado. E por uma gangue profissional, mal levei meia hora".
Fui lá procurar aqueles carinhas que são pagos pra rodar de moto pelo estacionamento usando roupas de guarda, mas que não são guardas e que parece que são chamados de seguranças. Bati logo a real:
- Rapaz, furtaram meu carro.
Ele:
- Certeza?
Eu:
- Aham. Eu parei ao lado desse Fusion preto, sujo e mal estacionado e agora o carro não tá mais lá. Isso deve significar alguma coisa.
- O Senhor já olhou na outra parte coberta? Tem uma depois dessa, o Senhor pode ter se enganado.
- Acho que não, hein, mas vou olhar.
Fui lá olhar e acontece que havia, após uma parte descoberta, outra parte coberta. Vi outro Fusion preto, sujo e mal estacionado. E olha lá o carro do meu irmãozinho. Só sei que entrei e fui embora, sem nem falar para o sábio guarda que tinha encontrado. Sério, qual a probabilidade de um guardinha sensato?