Baile é diversão na certa, a começar pelo nome. É radical, perigoso e era isso que eu procurava quando minha avó me chamou pra acompanhá-la no baile de um clube do bairro dela, em São Paulo. Chegamos lá e uma pequena surpresa: eu era a única cabecinha não-branca do lugar. Em outras palavras, eu era o único que não tinha escutado à Segunda Guerra Mundial ao vivo pelo rádio. Tudo bem que eu não esperava encontrar garotos jogando bola de gude, mas não tinha nem uma neta gatinha tinha lá. Até uma mamãe gatinha tava valendo.
Como não se pode ter tudo na vida, tive que me contentar com uma simpática senhora espanhola, de pelo menos uns 70 anos, que sentou ao meu lado. Ela tinha tentado passar batom, mas só atingiu uma área próxima e fora dos lábios. Talvez as inúmeras taças de champanhe que ela tomou tenham ajudado.
- Da onde a senhora é?
- Yo soy espanõla.
- É mesmo?
- Si, si, como nón?
(meu espanhol é impecável, quase um Dom Quixote).
- E há quanto tempo você mora aqui?
- 20 años.
Isso com um sotaque de quem dormiu no avião um dia e, por engano, acordou no outro dia no Brasil.
Ela era um tanto amigável, e preferi acreditar que lá na Espanha as pessoas colocam a mão na perna dos outros, não importa a idade ou ocasião. Não irei no google tentar confirmar isso.
A noite tava bombando, uma outra senhora dançou, outro senhor cantou. Até que uma conhecida voz, vinda de um senhor careca, pegou o microfone:
- Antes de cantar uma música, quero comemorar o fato de que consegui esse trabalho hoje. Quando não é pela beleza, é pelo talento. Quando não é pelo talento, é pela beleza, hehehe.
Era o dublador de Seu Barriga! E ainda por cima era tirador de onda.
A senhora espanhola:
- Usted gosta de Chaves?
- Claro!
- És el dublador de Seu Barriga (não diiiiga).
Imediatamente peguei o celular pra mandar mensagem pra galera, especialmente Mano. Mas, ninguém me respondeu e eu não peguei autógrafo nem nada. A única coisa que ganhei foram umas apalpadas na perna.
Como não se pode ter tudo na vida, tive que me contentar com uma simpática senhora espanhola, de pelo menos uns 70 anos, que sentou ao meu lado. Ela tinha tentado passar batom, mas só atingiu uma área próxima e fora dos lábios. Talvez as inúmeras taças de champanhe que ela tomou tenham ajudado.
- Da onde a senhora é?
- Yo soy espanõla.
- É mesmo?
- Si, si, como nón?
(meu espanhol é impecável, quase um Dom Quixote).
- E há quanto tempo você mora aqui?
- 20 años.
Isso com um sotaque de quem dormiu no avião um dia e, por engano, acordou no outro dia no Brasil.
Ela era um tanto amigável, e preferi acreditar que lá na Espanha as pessoas colocam a mão na perna dos outros, não importa a idade ou ocasião. Não irei no google tentar confirmar isso.
A noite tava bombando, uma outra senhora dançou, outro senhor cantou. Até que uma conhecida voz, vinda de um senhor careca, pegou o microfone:
- Antes de cantar uma música, quero comemorar o fato de que consegui esse trabalho hoje. Quando não é pela beleza, é pelo talento. Quando não é pelo talento, é pela beleza, hehehe.
Era o dublador de Seu Barriga! E ainda por cima era tirador de onda.
A senhora espanhola:
- Usted gosta de Chaves?
- Claro!
- És el dublador de Seu Barriga (não diiiiga).
Imediatamente peguei o celular pra mandar mensagem pra galera, especialmente Mano. Mas, ninguém me respondeu e eu não peguei autógrafo nem nada. A única coisa que ganhei foram umas apalpadas na perna.