Eu não sei o que fazíamos ali, mas lá pra 2000 ou 2001, eu estava com meus pais e meu irmão numa cidade do interior aqui do Estado. Quando você é menor de idade e sua opinião vale tanto quanto um comentário de Galvão Bueno, você costuma se ver obrigado, por exemplo, a passar 5 dias numa fazenda ouvindo a mesma fita de Blink 182 no walkman. E se você adora os pelos nas pernas, o cheiro e o conforto que andar a cavalo te proporcionam, que sorte!
Felizmente, essa história foi depois de ter pagado meus pecados. Tínhamos parado nesse restaurante na beira de uma estrada. Tinha pelo menos umas 50 mesas ali, mas todas estavam vazias. Exceto pela nossa e por outra, onde havia uma pessoa bem conhecida.
Dedê Santana
Ele tava lá com seu filho e mais um pessoal, promovendo um encontro da Igreja Batista. Enquanto comíamos, um carro de som ficava circulando, dizendo: "Aqui é Dedê Santana e eu convido você para o IV Encontro da Igreja Batista!".
O restaurante pertencia a uma vereadora do Município. Foi só falarem pra ela que Dedê estava ali, que ela apareceu na hora. Toda alvoroçada, só que ligeiramente sem noção. Primeiro, ela chegou no filho de Dedê, uns 25 ou 30 anos mais novo e falou:
- Oi, Dedê, prazer!
Alguém da mesa:
- Esse não é Dedê, esse é o filho dele. Esse é Dedê.
Que vergonha alheia.
Pensei: "coitado do cara..."
Veio, então, o golpe final da parlamentar:
- Cadê Mussum e Zacarias? Mande um abraço neles!
Dedê, visivelmente sem graça:
- É... vai ser difícil.
Tudo bem Tiririca ser analfabeto e palhaço, mas aposto que ele sabia essa.