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sábado, 24 de julho de 2010

Prenda-me se for capaz

Eu podia estar roubando, eu podia estar matando. Mas, estava apenas saindo do show de The Kooks com um amigo (Mano W.), no ano passado, em São Paulo, quando passei pelo famoso baculejo. Baculejo, na gíria das ruas, é o ato de revistar alguém em busca de armas, drogas ou um cd de Restart.
Era mais ou menos meia-noite e pouco, meu amigo dirigia e eu dava aquela força, com meu senso de direção de águia. Íamos seguir em frente, mas ele percebeu que deveria virar à direita. Só que um policial, que estava com mais outros 10 ou 11 (alguns com metralhadoras) numa blitz, viu o movimento e o achou suspeito.
- Siga por aqui!
Meu amigo seguiu, desviando dos cones.
- Acenda a luz interna, pare o carro e saiam com as mãos para cima!!
Amiguinhos, vou lhes contar. Você pode ser escoteiro há 10 anos, ajudar velhinhas a atravessar a rua por hobby ou chorar vendo Lua de Cristal, mas, numa hora dessas, você tem QUASE certeza de que é criminoso. Por pouco, não saí correndo como se não houvesse amanhã.
Saímos do carro, quando o policial pergunta:
- Os senhores têm alguma substância ilícita dentro do veículo?
(Como se eu fosse falar).
- Não, senhor.
- Posso revistar o veículo?
- Sim, senhor.
Antes, deram aquela revistada na gente. Foi tão bruta que apertou o botão do meu celular, que começou a falar sozinho com aquela voz de robô. Antes ser revistado assim do que com um certo "carinho", devo reconhecer.
O simpático policial pediu a habilitação do meu amigo, não sem antes falar pra mim:
- Vá para aquele canto!
Meu amigo foi fazer o teste do bafômetro. Deu zero, o que foi reconhecido por um outro policial:
- Parabéns, deu zero.
- Obrigado, senhor policial. Tive uma criação muito boa, devo aos meus pais, não bebo e não fumo.
- Parabéns pela sua conduta!
- Muito obrigado, tenham um bom trabalho.
Cumprimentou todos, fomos liberados e seguimos nossa jornada. Será que ajudou eu não ter falado que era corintiano? Acho que não.

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